07 maio 2006

A rosa do povo despetela-se,
ou ainda conserva o pudor da alva?
É um anúncio, um chamado, uma esperança embora frágil,
pranto infantil no berço?
Talvez um ai de seresta, quem sabe.
Mas há um ouvido mais fino que escuta, um peito de artista que incha
e uma rosa se abre, um segredo comunica-se, o poeta anunciou
o poeta, nas trevas, anunciou.
...

Carlos Drumond de Andrade - Mário de Andrade desce aos infernos IV (excerto)

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